sexta-feira, 19 de junho de 2009

Êxodo rural



Êxodo rural é o termo pelo qual se designa o abandono do campo por seus habitantes, que, em busca de melhores condições de vida, se transferem de regiões consideradas de menos condições de sustentabilidade a outras, podendo ocorrer de áreas rurais para centros urbanos. Este fenômeno se deu em grandes proporções no Brasil, nos séculos XIX e XX e foi sempre acompanhado pela miséria de milhões de retirantes e sua morte aos milhares, de fome, de sede e de doenças ligadas à subnutrição.

Os conflitos recentes em África e noutras regiões do mundo são outra causa do êxodo rural, fazendo com que milhões de pessoas engrossem o exército de desempregados e marginais nas grandes cidades. Ainda outra causa são os desastres naturais, como ciclones e secas, que deixam as populações rurais sem meios de subsistência e as empurram, muitas vezes de forma permanente para as cidades.

Estes fenômenos estão ligados à falta de políticas de desenvolvimento das zonas rurais, tais como a construção de infraestruturas básicas - estradas, escolas e hospitais.


O início da colonização

Logo após o início de sua colonização, a economia brasileira era baseada no extrativismo e na monocultura. O primeiro ciclo foi o da cultura da cana de açúcar, iniciado em 1532; o plantio foi seguido de um grande desmatamento da área de mata atlântica na região nordeste, cujo clima é extremamente variável há milênios, ora com secas imensas, ora com grande índice pluviométrico. Em função disso, o desmatamento só veio a aumentar as variações climáticas, agravando os fenômenos.


A seca e o início do grande êxodo rural no Nordeste

Enquanto isso, no Nordeste, em 1879, uma grande seca assola toda a região. Com ela, morrem cerca de duzentas e vinte mil pessoas, de fome, de sede e de doenças trazidas pela miséria e desnutrição. Praticamente todo o gado e toda a agricultura são extintos, forçando um grande êxodo rural, que chegou a provavelmente um milhão de retirantes ao ano, portanto, naquela época, a produção de cana de açúcar quase se extinguiu totalmente.


A chegada dos retirantes em São Paulo e a desnutrição

O êxodo seguiu em direção ao Sul na década de 30; chegando em São Paulo; os nordestinos foram buscar trabalho nos cafezais, porém, não eram bem-vindos, pois, com a chegada dos imigrantes italianos e espanhóis, muito mais robustos e saudáveis, os fazendeiros preferiram os europeus aos nordestinos para o trabalho nos cafezais. Os nordestinos estavam extremamente desnutridos, doentes e miseráveis, morriam às centenas, sem condições para o trabalho pesado, pois sua caminhada do Nordeste ao Sul, por milhares de quilômetros, foi feita em sua maioria a pé, sem água, sem comida e em condições sub-humanas, exaurindo suas força


A mudança de sentido do fluxo migratório

O fluxo migratório mudou de sentido, portanto o êxodo da massa populacional foi se direcionando aos poucos para a região amazônica, onde os retirantes se tornaram seringueiros, iniciando largo ciclo extrativista. Avançando cada vez mais em direção à mata, em sentido Oeste, acabaram por invadir lenta, constante e gradualmente o território pertencente à Bolívia, tomando posse da área onde hoje encontra-se o estado do Acre


A construção de Brasília e o êxodo para o planalto central

Em 1957 começa a construção de Brasília, e novamente se inicia mais uma onda de êxodos rurais de diversos pontos do Brasil, para o planalto central, desta vez, o fluxo se dirige das áreas rurais de diversos pontos, sua partida não mais é de uma única macro região, portanto, não só do Nordeste, e do Norte, vieram sulistas da região do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, além de mineiros, paulistas e cariocas, em grande quantidade, dentre outros.

O êxodo rural na época da ditadura

Já na década de sessenta, logo após ao golpe militar de 1964, houve novamente um grande movimento de massa populacional devido à propaganda institucional, que propalava o crescimento do Brasil, e a erradicação da pobreza. A partir dos grandes centros, com urbanização acelerada e a construção civil, oferecendo oportunidades de emprego cada vez maiores à mão de obra não especializada e analfabeta, os migrantes tiveram melhoras salariais e de condições de vida. Em função desta melhora, começaram a mandar dinheiro para as regiões de onde vieram, chamando a atenção dos parentes, amigos e vizinhos, que se encontravam ainda vivendo em condições precárias nas áreas rurais. Isto ocasionou uma aceleração do êxodo rural, causando ainda mais inchaço nos grandes centros, aumentando ainda mais os problemas ocasionados pela miséria na periferia das grandes cidades.

Causas
Os principais motivos que fazem com que grandes quantidades de habitantes saiam da zona rural para as grandes cidades são: busca de empregos com boa remuneração, mecanização da produção rural, fuga de desastres naturais (secas, enchentes, etc), qualidade de ensino e necessidade de
infra-estrutura e serviços (hospitais, transportes, educação, etc).

Consequências
O êxodo rural provoca, na maioria das vezes, problemas sociais. Cidades que recebem grande quantidade de migrantes, muitas vezes, não estão preparadas para tal fenômeno. Os empregos não são suficientes e muitos migrantes partem para o mercado de trabalho informal e passam a residir em habitações sem boas condições (favelas, cortiços, etc).

Além do desemprego, o êxodo rural descontrolado causa outros problemas nas grandes cidades. Ele aumenta em grandes proporções a população nos bairros de periferia das grandes cidades. Como são bairros carentes em hospitais e escolas, a população destes locais acabam sofrendo com o atendimento destes serviços. Escolas com excesso de alunos por sala de aula e hospitais superlotados são as conseqüências deste fato.

Nomes: Daiane Batista.:08 , Ana Claudia Gomes.:01

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